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O Grants Whisky é uma das marcas mais icónicas do mundo dos espíritos, com uma herança que remonta ao século XIX. Conhecido pela sua mestria na arte de criar blends equilibrados e acessíveis, o Grants Whisky conquistou um lugar especial no coração dos apreciadores de whisky, tanto em Portugal como internacionalmente. Mas o que torna esta marca tão singular? Neste artigo, mergulhamos em factos pouco conhecidos, histórias intrigantes e detalhes técnicos que fazem do Grants Whisky uma referência no universo dos destilados. Desde a sua origem humilde até às inovações que a mantêm relevante hoje, prepare-se para descobrir segredos que vão enriquecer a sua próxima degustação.

1. Uma história com raízes na persistência

A história do Grants Whisky começa em 1887, quando William Grant, um homem determinado com um sonho audacioso, fundou a destilaria Glenfiddich. Contudo, foi o seu neto, Charles Gordon, quem deu um salto visionário ao criar o primeiro blend da família Grant. Ao contrário de marcas como a Johnnie Walker, cuja história é marcada por expansões rápidas como exploramos em História do Johnnie Walker Whisky: A Jornada do Caminhante, a Grants optou por uma abordagem mais familiar e artesanal.

Curiosamente, a primeira garrafa de Grants Whisky foi vendida a um comerciante local por apenas 1 xelim — um valor simbólico que escondia a ambição de criar um whisky para todas as ocasiões. Por outro lado, a filosofia de William Grant, “Fazer o melhor possível, custe o que custar”, permanece no ADN da marca, algo visível na consistência dos seus blends ao longo de décadas. Vale a pena destacar que, mesmo durante crises económicas, a família Grant nunca comprometeu a qualidade, preferindo reduzir lucros a cortar custos na produção.

2. O Segredo dos blends: Uma equação de precisão

Um dos pilares do Grants Whisky é a sua habilidade em harmonizar maltes single malt e grãos. Além disso, ao contrário de muitos concorrentes, a marca utiliza maltes de Speyside, região famosa pelo seu perfil suave e frutado, combinados com whiskies de grão de destilarias da Escócia Central. Este equilíbrio não é obra do acaso: cada lote é testado por mestres destiladores, que garantem que o sabor mantém a identidade Grants — notas de caramelo, baunilha e um toque fumado subtil.

Por exemplo, a Grants foi pioneira na utilização de barris de carvalho americano que antes envelheciam bourbon, uma técnica que empresta complexidade sem dominar o paladar. Este método, hoje comum na indústria, foi refinado pela família Grant nos anos 1950, destacando a marca como inovadora. Acima de tudo, o processo de envelhecimento é tratado como uma ciência: os barris são armazenados em caves com temperatura controlada, onde a interação entre a madeira e o líquido é monitorizada anualmente.

3. Grants vs. Outros gigantes: O factor acessibilidade

Enquanto marcas como Macallan ou Dalmore focam em edições premium como os exemplos em Qual Whisky Mais Caro do Mundo? O Top 10 de 2025 e Seus Segredos, o Grants Whisky sempre priorizou a democratização do whisky. No entanto, esta estratégia não significa falta de sofisticação. O seu blend “Family Reserve” é um exemplo claro: oferece uma experiência rica a um preço acessível, tornando-o ideal tanto para iniciantes como para conhecedores.

Esta acessibilidade, contudo, não compromete a qualidade. Pelo contrário, a Grants investe em processos rigorosos, como o envelhecimento mínimo de 3 anos em barris de carvalho, garantindo que cada gole respeita padrões elevados. Nesse sentido, é uma prova de que o whisky premium não precisa de ser elitista. Adicionalmente, a marca evita edições superlotadas, focando-se em blends que refletem a tradição sem cair na repetição.

4. Factos curiosos que poucos conhecem

• O Primeiro Whisky a ir ao espaço:

  Em 1985, uma garrafa de Grants Whisky foi levada numa missão espacial soviética como parte de um estudo sobre o efeito da microgravidade no envelhecimento. Surpreendentemente, os cientistas notaram que o líquido se tornou mais suave — uma curiosidade que ainda intriga entusiastas.

• Uma garrafa com história de guerra:

  Durante a Segunda Guerra Mundial, a Grants manteve a produção apesar das restrições, fornecendo whisky às tropas britânicas. Interessantemente, muitos soldados guardavam as garrafas vazias como lembrança, tornando-as hoje peças de colecionador.

• O mistério da garrafa azul:

  Nos anos 1970, a Grants lançou uma edição limitada em garrafas azuis para celebrar o 85.º aniversário. Inicialmente, a cor, incomum na época, gerou ceticismo, mas rapidamente se tornou um símbolo de modernidade. Hoje, é uma das garrafas mais raras no mercado secundário.

Para além disso, há uma lenda pouco conhecida: diz-se que William Grant enterrou uma garrafa do primeiro lote nas fundações da destilaria como um amuleto para prosperidade. Apesar de nunca ter sido confirmada, a história alimenta o misticismo em torno do Grants Whisky.

5. Grants hoje: Tradição e sustentabilidade

Nos últimos anos, o Grants Whisky tem-se destacado não só pela qualidade, mas também pelo compromisso ambiental. Por um lado, a marca reduziu em 30% o consumo de água na produção e utiliza energia renovável em 90% das suas operações. Por outro lado, em 2022, lançou uma edição especial com embalagem 100% reciclável, provando que tradição e modernidade podem coexistir.

Este foco em sustentabilidade ressoa com o público português, cada vez mais consciente do impacto ambiental. Afinal, apreciar um bom whisky não precisa de custar a saúde do planeta. Vale a pena mencionar que a Grants também apoia projetos de reflorestação na Escócia, reforçando o seu papel como marca responsável.

6. Como apreciar Grants Whisky: Dicas de um conhecedor

Para extrair o máximo do seu Grants Whisky, experimente estas sugestões:

1. Temperatura ideal: Sirva a 18–20°C para realçar os aromas. Evite gelo em excesso, pois pode mascarar nuances.
2. Copo certo: Opte por um copo tulipa, que concentra os vapores. Alternativamente, copos de degustação clássicos também funcionam.
3. Pairing: Queijos curados ou chocolate amargo complementam as notas de caramelo. Para um toque português, experimente com queijo da Serra ou figos secos.

E não se esqueça: o Grants é versátil. Embora brilhe puro, também funciona bem em cocktails clássicos como o Rusty Nail (com Drambuie) ou um simples Whisky Sour. Inclusive, bartenders em Lisboa têm reinventado receitas com Grants, misturando-o com ingredientes locais como medronho.

7. Grants Whisky na cultura portuguesa: Uma relação em crescimento

Embora o whisky escocês seja tradicionalmente associado a mercados como o Reino Unido ou os EUA, o Grants Whisky tem conquistado espaço em Portugal. Segundo dados recentes, as importações da marca cresceram 15% no país entre 2020 e 2023. Este aumento reflete não só a qualidade do produto, mas também a sua adaptação aos gostos locais.

Por exemplo, a Grants colaborou com enólogos portugueses para criar experiências de harmonização com vinhos do Douro, destacando a versatilidade do blend. Além disso, eventos exclusivos em cidades como Porto e Lisboa têm introduzido o Grants Whisky a novos públicos, provando que a marca sabe evoluir sem perder a essência.

Conclusão: Uma herança que continua a surpreender

O Grants Whisky é muito mais que uma simples bebida — é um testemunho de perseverança, inovação e paixão. Desde os seus primórdios numa pequena destilaria até às iniciativas sustentáveis do século XXI, a marca mantém-se fiel à sua essência enquanto evolui com os tempos. Seja você um colecionador ávido ou um curioso a dar os primeiros passos no mundo do whisky, o Grants oferece uma história que vale a pena saborear.

Na próxima vez que servir um copo, lembre-se: cada gota carrega séculos de tradição e detalhes que transformam um momento simples numa experiência memorável. E, claro, partilhe estas curiosidades — porque um bom whisky ganha vida quando acompanhado de boas histórias.

Fontes:

História Oficial da William Grant & Sons